História do Município

Os primeiros habitantes do território de Cantagalo foram os índios Coroados e Goitacases, que desapareceram da região por volta de 1855. A colonização não indígena do local teve início em meados do século XVIII, em função da chamada “febre do ouro“, que atraiu aventureiros de todos os cantos, entre eles o português Manoel Henriques, conhecido como “Mão de Luva“. Ele deixou Minas Gerais acompanhado pelo seu bando em busca de vertentes dos córregos afluentes dos rios Macuco, Negro e Grande, com objetivo de conseguir riqueza fácil, através da garimpagem clandestina.

O bando de “Mão de Luva” localizou o lugar onde hoje se ergue a Usina Cantagalo, dando origem à formação de um núcleo que, em 1794, já possuía cerca de 200 moradias, formando uma mistura de aventureiros efetivos do local.

Porém, a Coroa Portuguesa mantinha o monopólio de exploração dos garimpos. Por isso, por ordem de dom Luiz de Vasconcelos e Souza, vice-rei do Brasil, diversas diligências foram efetuadas contra o grupo, o que culminou com a captura do renegado português e de seu bando.

A prisão dos aventureiros foi ocasionada por uma situação curiosa, que acabou por dar origem à atual denominação do município. Depois de inúmeras batidas pelo mato, já bastantes cansados e desanimados, os agentes se preparavam para voltar, quando ouviram um galo cantar. Penetrando mais fundo na mata, encontraram, dormindo à sombra de uma árvore, um dos companheiros de “Mão de Luva“. Preso, mas diante da promessa de liberdade e dinheiro, ele denunciou seus companheiros, que foram capturados quase sem oferecer resistência. Manoel Henriques, o “Mão de Luva“, foi enviado, em degredo, para a África.

Verdade ou não, foi a partir de 1786 que a localidade passou a ser denominada de “Cantagalo“, em substituição ao seu antigo nome de “Sertões de Macacu“.

Ainda motivados pela fama de possuir veios de ouro riquíssimos, outros aventureiros continuaram a chegar à localidade. Porém, apenas uma profunda decepção os esperava, pois constataram que os bandoleiros já haviam quase que esgotado completamente os pobres filões existentes na região. Porém, o crescimento de Cantagalo não foi interrompido pelo fim da febre do ouro. Se a terra era pobre em metais, por outro lado era extremamente fértil. Por isso, sua região cobriu-se de imensas plantações de café, milho, feijão, cana-de-açúcar, mandioca etc., transformando a localidade em uma das mais importantes da província.

Tanto que, no seu período áureo, ela chegou a ser chamada de “Celeiro da Terra Fluminense“. Com o crescimento do setor agrícola, entra em cena a mão-de-obra escrava e o elemento negro, que representou papel importante na formação do patrimônio social e econômico da região.

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